quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ganhe um livro sobre a biografia do tenista Novak Djokovic

E ai galera tudo bem ?

Como todos sabem sou treinador e comentárista de tênis, logo respiro e dependo desse esporte o que me deixa mais preocupado com o atual momento do tênis brasileiro .

Analisando os ultimos  acontecimentos vejo coisas boas e ruins  acontencendo a favor e contra o nosso esporte e que cada vez  mais  me deixam na dúvida e preocupado  sobre o futuro do tênis no Brasil .

Com objetivo de interagir e saber um pouco a opinião das pessoas que visitam o meu blog diariamente;  relacionei 10 tópicos  sobre o atual momento do tênis brasileiro, e gostaria que voçês deixassem seus comentários a respeito de um  ou mais  tópicos que relacionei abaixo:

1- Os duplistas Bruno Soares e Marcelo Mello conquistando o seu espaço
2- O atual momento de Thomas Bellucci
3-  Teliana Pereira entrando no top 100 do ranking da wta
4-A  nova geração do tênis feminino brasileiro :Laura Pigossi ,Bia Haddad,Luísa Stefani e Carolina Meligeni
5-As transmissões de tênis  na TV brasileira (TV aberta e a cabo)
6 -A diminuição de pessoas competindo nos torneios oficiais
7- Os projetos olímpicos ,sociais e competitivos
8-O fechamento das academias de tênis no Brasil
9- A diminuição do número de treinadores que viajam o circuito
10- Os grandes eventos de tênis no Brasil

Na primeira semana de agosto irie escolher ,entre  as pessoas que deixaram sua opinião nesse Post, 1 comentário e ganhará de presente  um livro sobre a biografia do tenista número 1 do mundo  Novak Djokovic .Por favor coloquem no final do comentário seu contato (twitter  ,Facebook ou email ) para que eu consiga entrar em contato caso seja necessário.

 Vamos lá galera !Quero saber se o tênis brasileiro caminha para o céu ou para o inferno?

Abraço a todos !

terça-feira, 16 de julho de 2013

Entrevista para o site www.donasdabola.com.br por Fernanda de Lima


Entrevista: Renato Messias – treinador de tênis e comentarista do BandSports

Em entrevista exclusiva, Renato Messias falou sobre o futuro do tênis brasileiro, a qualidade dos circuitos de WTA e ATP e muito mais
 
Renato em Roland Garros | Foto Arquivo Pessoal
Olá, amigos, trago hoje entrevista com Renato Messias dos Santos, figurinha carimbada nas transmissões de tênis do canal BandSports. Além de comentarista do canal esportivo há mais de 10 anos, profissão adotada inicialmente como hobby, Renato é também treinador e coordenador do treinamento competitivo de uma das maiores redes de academias de tênis do país, a Play Tennis, e ex-treinador das categorias de base da CBT.

Fernanda de Lima: O BandSports teve exclusividade na exibição de Roland Garros esse ano. Como foi esse desafio?

Renato Messias: A gente conseguiu fazer uma megacobertura. Conseguir mostrar quase 120 jogos ao vivo (nos canais e no site), a final na tevê aberta. Esse tipo de cobertura ninguém fez. Mostrar os bastidores, as curiosidades. Uma outra coisa que a gente conseguiu fazer foi entrevistar todos os brasileiros no  juvenil e profissional, passamos jogos de duplas, passamos jogos do Rogerinho (Rogério Dutra Silva),  do Marcelo Melo na hora do jogo do (Novak) Djokovic e também do Bruno (Soares). As pessoas esquecem que Djokovic você vê todo ano, o Bruno e o Marcelo você vai ver duas vezes por ano jogando. E isso daí acaba gerando críticas. O que acontece muito também é que o pessoal de Grand Slam não é o mesmo público durante o ano. O cara acompanha GS uma vez por ano, depois não acompanha mais o circuito da WTA e da  ATP. Então, esse público passa a ser mais chato no sentido de ser exigente, corneteiro. O cara quer ver os principais jogadores jogando, e acha que um torneio desse nível só pode passar os melhores
.
FL: No geral, o saldo da transmissão foi positivo?

RM: Não dá para agradar todo mundo, mas eu acho que no geral foi muito legal. Lá, nós não tínhamos muita noção. Quando nós chegamos aqui, conseguimos ver que realmente agradou demais. Tiveram erros, é óbvio que tiveram erros. São cinco anos (de contrato de transmissão exclusiva do BandSports). Pra quem não gostou vai ter de engolir. Mas a tendência pro ano que vem é melhorar.

FL: Em um país dominado pelo futebol, Marcelo Melo, por exemplo, teve mais de 20 segundos de destaque no maior telejornal do país. Somente com finais essa visibilidade é possível?

RM: Acho que esses esportes dependem de resultados. A verdade é essa. O futebol, por si só, não precisa de resultados, ele vai aparecer na mídia. Esportes menores como tênis, futebol de salão, handebol precisam de resultados. E resultado é o que o Marcelo e o Bruno fizeram; precisam chegar na final de um GS pra aparecer. Eu já vi jogo do Guga passando na Globo, mas para aparecer depende de resultado. Se tiver resultado, a mídia é obrigada a dar a informação. Na tevê a cabo é muito mais fácil. Você vai buscando, passando a informação pro assinante. Mesmo numa primeira rodada você vai dando os resultados. Acho que é mais dinâmico; o que de repente numa tevê aberta é insignificante, na tevê fechada tem um significado completamente diferente.

FL: Seria improvável destaques para eliminações na primeira rodada.

RM: Sim. Imagina o Jornal Nacional colocar durante 1 minuto todos os resultados de Wimbledon. Eles falam dos brasileiros só, e se falarem. Mas aí você pega a diferença. O BandSports, por exemplo, falava nos canais (fechados) e as matérias iam também para a  Band aberta. Foi um ponto legal. As pessoas conseguiram ver a mesma matéria na TV fechada e na aberta. Sei também que não é uma coisa fácil organizar uma transmissão internamente já que  cada canal tem as suas regras e   obrigações comerciais. Então não é fácil como as pessoas pensam, não. De repente  a prioridade do canal é falar da manifestação que está acontecendo. Vai dar ibope; e o ibope às vezes faz você passar coisas que não quer.

FL: Por falar em manifestação, como você tem acompanhado essa onda de protestos pelo Brasil?

RM: Eu achei legal porque o povo estava meio parado, né? Estava chegando num ponto insustentável. O cara rouba 1 milhão, 5 milhões e não é preso, a mulher que rouba uma lata de leite é presa. A gente começa a perder a referência, e isso gera propriamente a violência. O cara fala “Bom, eu posso roubar, posso matar e não vai acontecer nada. Vou ficar lá preso um ano, no final do ano saio pro Natal e beleza. Eu não preciso voltar”. E os políticos: “Não vai acontecer nada,  muitos não serão julgados e  o povo irá esquecer”. Acho que o aumento das  passagens foram a gota d’água. Foi importante, já tivemos alguns resultados em função  das manifestações, mas acho que precisa fazer muito mais. A gente tem tudo para ser o melhor país do mundo, crescer economicamente, o povo, lugar nenhum do mundo tem o que a gente tem.

FL: Pra você que viajou bastante com o tênis, conheceu diferentes povos, parece não haver nada parecido com a afetividade do brasileiro, não é?

RM: Não, não tem. É um povo feliz, bem humorado, pessoas bonitas, tem dinheiro gerando, a gente não tem catástrofes da natureza, ou seja, é um megapaís. Os nossos problemas são a corrupção e a violência. Se acertar isso, tem tudo para ser o melhor país do mundo. A questão agora é de as pessoas se organizarem, pararem de achar normal você gastar milhões num estádio e você andar numa estrada cheia de buracos. Lugar que não tem hospital, você tem de gastar com convênio médico pra ter um atendimento decente. A gente tem que tentar mudar um pouco isso, quando a gente conseguir, a gente vai parar de ser esse país de terceiro mundo e ir pro segundo. Quem sabe agora com essas manifestações a gente consiga mudar isso. Eu espero que mude.

Renato ao lado da tenista Laura Pigossi em passagem pelo Egito para disputa do Future Sharm El Sheikh | Foto Arquivo Pessoal
Renato ao lado da tenista Laura Pigossi em passagem pelo Egito para disputa de Futures
 
FL: Quando está livre de compromissos na tevê e treinamentos, como você costuma aproveitar seu tempo?

RM: Tenho uma filha que joga vôlei e gosto de assisti la, ela leva a sério os treinamentos e jogos ( viaja muito para jogar ). Gosto de futebol, ir ao estádio,  de ouvir Música,  sair para me divertir com os amigos , Dificilmente voçe irá ouvir  “não vou sair, tô cansado”. Saio sem problemas e no dia seguinte estou zerado  para trabalhar .

Não, Renato não é o mais novo reforço alviverde, mas é mais um apaixonado pelo Palmeiras | Foto Arquivo Pessoal


Não, Renato não é o mais novo reforço alviverde, mas é mais um apaixonado pelo Palmeiras |

FL: .Sempre que pode voçe procura fugir de São Paulo?

RM:Tem um lugar que acho que muita gente conhece, Petar, minha mãe mora lá. Pra mim é um lugar que fico tranquilo, sossegado, me divirto, descanso. Ali é um lugar que me agrada demais. Infelizmente São Paulo está ficando impossível de ficar. Você gasta tempo e dinheiro. Até que ponto vale a pena você ficar nessa loucura? Você começa a rever algumas coisas e conceitos. Passou a fase das baladas, você começa a pensar um pouco mais na sua vida e se pergunta “É aqui que eu quero ficar?”.

FL: Já cogitou morar fora do país?

RM: Já recebi propostas pra ir pra fora, em Barcelona que é um lugar que eu ia todo ano nas férias, mas eu não iria. Aqui é o meu país, tem os meus amigos .família e trabalho.

FL: Voltando aos circuitos feminino e masculino de tênis, você acha que a qualidade do WTA e ATP caiu nos últimos anos?

RM: Em relação ao WTA, eu acho que subiu o nível. Antes não tinha o profissionalismo que tem hoje, tirando as 10 primeiras que tinham ali, o resto era uma várzea total. Eu cheguei a ir, por exemplo, ao Masters de Miami há uns 7, 8 anos e você via cada coisa pelo circuito feminino. Mãe dando treino de calça jeans dentro da quadra, impossível que isso daí seja jogadora profissional de uma chave de um torneio que está valendo milhões. Tinham mulheres gordas no circuito. Desculpa, eram gordas. Não tinha como falar que eram atletas pesando 20 kg a mais. Então, hoje, o circuito feminino evoluiu muito nesse sentido. Você vê a maioria fisicamente impecável. Existem as Bartolis da vida? Existem. Mas são jogadoras extremamente talentosas. O circuito feminino ficou muito mais competitivo. Hoje se a menina não jogar tênis você não consegue colocar ela num top 100. Então, demonstra que elas evoluíram bastante, desde a base.
O ATP. Eu acho que o circuito continua extremamente competitivo, acho que está exigindo muito mais dos jogadores. Hoje em dia eles estão mais preparados fisicamente, o material ajudou bastante também, então equilibrou um pouco mais. Talvez não tanto quanto as pessoas gostariam. Sempre vão ter gerações, mas eu não acho que caiu tanto assim como dizem, não. São épocas diferentes.
Se perguntarem, quem é melhor: (Pete) Sampras ou (Roger) Federer? Teoricamente é o Federer, óbvio, pelos títulos que ele tem. Eles chegaram a se encontrar, mas o Sampras em final de carreira, o Federer subindo. Fazer essa comparação no tênis de quem é melhor, não dá. Você vai ter que comparar através dos  números.
Acho que o nível não tenha caído assim pra bater o desespero. Acho que algumas escolas, por exemplo, a americana, não acham os jogadores que eles tinham antes. A escola americana perdeu espaço para outras escolas. A escola espanhola passou uma fase muito boa, a escola argentina que todo mundo falava muito bem e eles tinham jogadores, agora atravessa uma fase mais complicada por questão da economia, eles não têm jogadores viajando, então a tendência é eles desaparecerem dos top 100. Daqui uns quatro, cinco anos vai ser difícil você ter argentino jogando em alto nível. Depende muito da economia de cada país. Obviamente que volta e meia aparecem jogadores como o Guga. O Guga foi um achado no Brasil.

FL: Como você enxerga o futuro do tênis no Brasil?

RM: É uma situação bem complicada. Pode dar uma guinada muito grande e muito boa mas ao mesmo tempo pode não dar. Como você tem torneios maiores acontecendo, se os jogadores aproveitarem as oportunidades, eles podem de repente se meter (no ranking). Você começa a colocar jogadoras e quando vai ver o Brasil tem quatro, cinco jogadoras no top 100, tem mais cinco, 10 jogadores no top 100 e aí a coisa muda de figura. Porque você começa a ter mais ídolos, a molecada tem incentivo e aí o negócio acontece. A gente está dependendo disso, porque senão, a tendencia e termos  menos pessoas jogando tênis. A molecada está cada vez mais competindo menos , pode ter  mais gente praticando tênis, mas não pessoas competindo. Prova disso são as federações.

FL: Isso que você está dizendo vai na contramão da história do crescimento recente do tênis no Brasil.

RM: O que existem são mais pessoas jogando tênis, mas não tem mais gente competindo. São coisas diferentes. As academias estão fechando. Os condomínios têm mais quadras de tênis? Têm. O cara joga tênis no condomínio, como lazer. Sim, o público mais social está aumentando. Mas não tem tanta gente assim (em competição). Isso é visível porque a gente vê em torneio. E tudo isso tem a ver também com o custo para manter um jogador no torneio, tem passagens, pagar treinador, pagar treinamento. Cada vez mais você tira a vontade dos pais de incentivarem os filhos. É muito caro. “Eu vou gastar U$ 80 mil, U$ 90 mil, U$ 100 mil por ano”.

FL: Nesse cenário, os ídolos tornam-se importantes para engrenar o tênis no país?

RM: Sim, quando você tinha o Guga, apareciam as academias, a molecada querendo jogar, o jogo passava na tevê aberta. Depende de um ídolo, se tem um ídolo a televisão divulga. E aí o sonho (da molecada) vem com a família e vai movendo a máquina do tênis. É preciso aproximar mais os ídolos que temos ,por ex  o Marcelo Melo , o Bruno (Soares), o (Thomaz) Bellucci para que eles de alguma forma fiquem mais próximos da molecada porque ai  você vai plantando uma sementinha em cada um . Mas a gente tem de trabalhar a base e massificar o esporte porque da quantidade vem a qualidade, já estamos entrando na qualidade direto, estamos começando errado. Enquanto não acertarem a base, a gente vai ficar dando murro em ponta de faca.